domingo, 24 de janeiro de 2010

Reinaldo Alves dos Santos Ex Interno

décadas de Ditadura, tendo sofrido na pele as mais diversas situações embaraçosas
e violentas.
Conheceu sua pátria no submundo da cidade grande e os personagens
desta viagem mutante e alienadora deram-lhe munição suficiente, caracterizadas
em seus trabalhos, que refletem a dicotomia social.
Chegou a desenhar figurinos para as pequenas confecções do Bom Retiro.
Era muito conhecido pelo codinome Caju, devido a seu cabelo amarelo copiado
do jogador Paulo César, na Copa de 70. Seus desenhos lhe deram suporte para
montar uma estamparia e melhor atender às confecções, tendo empregado até 30
funcionários, os quais na maioria eram ex-condenados, ex-prostitutas e menores
de 16 e 17 anos, que ninguém recrutava por estarem às vésperas do serviço militar.
Nenhum deles era registrado, assim como a empresa. Subsistiu alguns anos até que
teve problemas com o fisco, porém devido ao seu senso de justiça nenhum dos seus
empregados jamais o prejudicou judicialmente.
Morando na periferia e constrangido com a violência, deu sua contribuição
em forma de arte ou grafites tentando reverter este quadro social. Expôs seus
trabalhos no CEMUCAM de Cotia e na Escola de Sociologia e Política de São Paulo,
entre outros lugares.
A periferia lhe deu o título de CONDE por seus trabalhos voluntários e
sociais por mais de 10 anos nas comunidades carentes.
Infelizmente, no dia 1º de Janeiro do ano de 2007, o grande artista faleceu
no mar de Ilha Comprida, aos 51 anos de idade. Deixando muitas saudades. Sua
ausência é bastante sentida. Uma anciã percebeu:
- A comunidade, agora, ficou órfã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário