domingo, 24 de janeiro de 2010

Educandario

NA PENSÃO DO SENHOR MEJIN FERNANDEZ....parte I
A lesma.
Após a grande briga com o Alexandre, Meneses me levou para a minha nova casa. ERa um quartinho que cabia apenas uma cama de solteiro e tinha uma poutroninha que servia de armário para empilhar minhas roupas. O quarto era tão pequeno, mas tão pequeno que se levantasse da cama rápido batia a cabeça na parede. Isso mesmo, tinha mais uns 40 centímetros além da largura da cama. Uma técnica que descobri para para guardar as roupas foi bater uns pregos na parede e com uns cabides pendurar as roupas, que maravilha !!! parecia uns quadros moderníssimos...rs, porém um certo dia acordo com a luz do sol, olho para aquela obra de arte na parede... e vejo que outro autor colaborou para mudar minha obra. Isso mesmo !!! Vi que uma mancha brilhante cortava a parede e atressava simetricamente as roupas no sentido horizontal, fui acompanhando a mancha, até dar de cara com a autora. Uma lesma gigante, caraca !!! nunca tinha visto um bicho nojento e tão grande !!! Será que ela poderia me engolir??? Quantas voltas ela iria dar no quartinho e quanto rastro ela deixaria nas minhas roupas??? Dei um pulo da cama, corri no boteco da esquina pedi uma porção de sal e voltei armado para destruir a impostora. Derrubei-a e joguei sal em cima dela. Olhava ela se contorcendo, se enrolando. Meu deve doer muito o sal no seu corpo. fiquei com dó, dei um pisão e chutei a meleca para longe.
O inicio nessa pensão do senhor Espanhol foi díficil, mas logo me adaptei, pois quando dava fome apertava ou eu ia para a fila do cafezinho no supermercado Disco, ou morder as mortadelas que ficavam numa banca. Se tinha dim dim, comia um pão de frios e uma tubaína.

O golpe do jornal.
Imagine eu, um rapaz de 15 anos, morando sozinho numa pensão, naquele quartinho jogado sem amigos... quando derrepente ao ir ao banheiro, sentei no vaso, e nos meus momentos de pura filosofia, olhei para o chão e vi o jornal Primeira Mão. Li, reli... quando vejo uma parte super interessante: "Doa-se", doava-se de cachorro, roupas, livros etc....Uau !!! existe gente que doa mesmo ??? Um sorriso maroto brotou nos meus lábios... E na segunda feira, no trabalho liguei para o jornal e deixei o seguinte anuncio: Garoto carente aceita-se doações de roupas e livros – endereço tal...etc. Sacaram a jogada ???? Isso mesmo...risos, se tem que doa, tem quem quer receber. Só que eu não previ o que iria acontecer, pois assim que saiu a matéria no jornal, eu trabalha durante o dia no Palácio do Governo e a noite estudava, portanto não tinha tempo para receber as minhas doações, para minha surpresa no outro dia encontro um senhor que morava na pensão doido da vida com o lixo no quintal, era um monte de livros e roupas velhas que caíram e se misturavam com a terra. E eu na maior cara de pau, fiquei indignado também. E outros amigos que moravam na pensão paravam para discutir quem era o responsável, que se vissem alguém jogando alguma coisa por cima do muro iriam bater etc e tal, e ao ouvir ficava imaginando uma pessoa boa, toda interessada em ajudar um pobre coitado sendo linxado pelos revoltados da pensão. Vixi Maria, vou dar umas voltas...rs.
O Vazamento.
Toda vez que eu ia usar o banheiro do pateo da pensão, um maldito vazamento na mangueirinha da caixa de água da descarga, pingava em minha bunda, caraca !!! como poderia cagar sem conseguir me concentrar. Meia hora de concentração, a sensação de momento do disparo do míssil, contagem regressiva, 5, 4, 3, 2, 1... ping, ping.... que merda !!! ops...risos que água !!! e lá voltava o míssil para origem. Água fria na bunda na hora da cagada é foda !!! Mas tudo bem, reiniciar a concentração, a sensação de disparo chegando, 5,4, 3, 2, 1... ping, ping... caraca !!! Já sei, vou cagar me equilibrando, assim as gotas d’água passam raspando mas não vão me desconcentrar... Deu certo !!! Caguei !!!
Reclamei para o espanhol, senhor Mejin Fernandez. Ele me tranqüilizou que quando voltasse do trabalho estaria tudo resolvido. E realmente voltei e lá estava o trabalho do senhor fernandez, uma bela bola de duropox envolvendo a mangueirinha...
Passados uns dias Lá eu lançar o míssil e para minha surpresa... ping ping....PUTA MERDA VOU XINGAR O ESPANHOL!!! No outro dia, nova reclamação, e ele me tranquilizou dizendo que agora ele ia resolver o problema. E a noite ao voltar da escola, corri para o banheiro para ver a grande solução. E que grande solução !!! Antes ele tinha feito uma bolinha de gude em volta da mangueira e agora....risos, parece mentira, mas não é.... o senhor fernadez fez uma bola maior, quase uma bola de tênis em volta da magueirinha. Resolveu o problema ??? Sim, ficou uma maravilha, por uns 5 dias... até que a história se repetiu e ai o veneno escorreu, chamei o espanhol de português e coisa e tal, nada contra a comunidade luzitana, só foi uma força de expressão usada no Brasil num momento de raiva. E finalmente o Portuga, ou melhor o Espanhol, senhor Mejin Fernandez trocou a mangueirinha por outra, risos.... custo da troca ?? uns 30 reais, isso mesmo, sendo que 25 eram do duropox os outros cinco da nova manguerinha. Será que fui duro com ele ???

http://lhsampa.blog.uol.com.br/

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