domingo, 24 de janeiro de 2010

Reinaldo Alves dos Santos Ex Interno

nos pomares, além também do trato com as criações.
Participou, também, do curso de encadernador de livros e se formou com
maestria, mas nunca exerceu essa profissão. Tendo se passado quase 40 anos, ainda
se lembra dessa operação artesanal.
Aos 13 anos, surpreendeu com seu talento como escultor, executando sua
primeira obra: um pequeno busto de Jesus Cristo de 15cm de madeira com apenas
uma faquinha de sapateiro.
Aos 14 anos, freqüentou o SENAI "Felício Lanzara" de artes gráficas, onde
aprendeu o ofício de Linotipista. Operava uma enorme máquina de chumbo
derretido à qual se destinava a compor lingotes para linhas de jornal, profissão
hoje obsoleta com o advento da informática, não chegando a exercer tal profissão
devida a modernização da mesma.
Aprendera a conviver com a ausência da família. No segundo domingo de
cada mês, efetuavam-se as visitas aos menores internos que eram um número de
500 alunos, divididos em pavilhões com 45 menores cada. Destes, aproximadamente,
apenas 5% não tinham pai ou mãe, nem avós ou tios, o que era seu caso. Mesmo
assim destacava-se pelo seu trabalho artístico na biblioteca da escola e também na
preparação do cenário teatral do colégio.
Pelo seu talento foi adotado por uma família de classe média que
residia no bairro da Pompéia: trabalhava durante 14 horas em seu quartinho
mal ventilado, queimando seus desenhos em couro, que exalava forte odor; e do
seu ordenado, diziam estar sendo depositado em uma conta bancária. Poupança
esta que seria retirada por ele quando completasse sua maioridade. Aos 20 anos
perdeu a inocência ao descobrir que fora ludibriado e abandonou esse trabalho
escravo, porque em 3 anos de trabalhos difíceis obtivera apenas 10% de seu saldo
real. Revoltado e perdido, abraçou as ruas sem lenço e sem documento, pois sem
informação não havia se alistado e temia esta situação. Se tornou um hippie nas

Nenhum comentário:

Postar um comentário